quinta-feira, 3 de junho de 2010

Guia da cerveja


Conheça os 4 diferentes tipos da bebida e os clubes de cerveja artesanal do Brasil

Vem do tempo dos egípcios, nos idos de 3400 a.C., a paixão da humanidade pela cerveja. Desde aquela época até os dias de hoje, essa bebida evoluiu e conquistou milhares de adeptos. Democrática, a cerveja é a bebida predileta de homens e mulheres das mais diversas idades, origens e classes sociais, que não a dispensam em momentos de confraternização e que, em alguns casos, se apaixonam tanto que até se dispõem a fabricá-la em casa.


Nós, brasileiros, somos nada menos do que o sétimo país no ranking mundial de consumo per capita de cerveja. Somente no ano passado, segundo um levantamento feito pelo Instituto ACNielsen, consumimos 10,7 bilhões de litros - um crescimento de 5% em relação a 2008, em plena crise financeira. Também estamos, de acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de Cerveja (Sindicerv), entre os quatro maiores fabricantes de cerveja no mundo, com um volume anual de mais de 10 bilhões de litros.

CONHEÇA AQUI OS 4 TIPOS DE CERVEJA: LAGER, ALE, LAMBICS E SEM ÁLCOOL

Crescimento feminino

O que vem sendo apontado como uma surpresa para o mercado é a cada vez mais forte participação feminina - não só no consumo, como também na fabricação de cerveja. Um estudo feito no ano passado pela Latin Panel, uma das maiores empresas de pesquisa de consumo da América Latina, mostra que 41,6% das entrevistadas afirmaram que preferem a bebida, resultando em seis pontos percentuais a mais do que na pesquisa realizada em 2008.

Segundo a Latin Panel, a cerveja é a bebida predileta de 29% das mulheres entre 30 e 39 anos. Já as mulheres com idade entre 40 e 49 anos são responsáveis por 24% do consumo de cerveja no país. Quanto ao tipo preferido da bebida, 79% das consumidoras preferem chopp claro e 21% são fãs do chopp escuro.

E mais: a pesquisa constatou que as mulheres gastam 6% a mais do que os homens em cervejas tipo Premium, que costumam ser mais caras. A classe C ainda é a maior consumidora de cerveja (39%), enquanto as mulheres das classes AB e CD correspondem a 30% do consumo cada uma. A independência financeira feminina, segundo alguns estudiosos, vem sendo apontada como a causa desse crescimento. Com mais liberdade para gastar o próprio dinheiro, elas vêm se interessando mais pela bebida.

Mulheres cervejeiras

No Brasil, existem diversas comunidades de cervejeiros, como as Acervas (Associações de Cervejeiros Artesanais), que reúnem pessoas interessadas em aprender a fabricar a bebida e participar de encontros, palestras, cursos e degustações. Mulheres que se conhecem nessas Acervas acabam criando seus próprios grupos e divulgando suas atividades na Internet.

É o caso da FemAle Carioca, que reúne seis amigas cervejeiras que não só gostam da bebida e sabem fabricá-la, como também estão sempre atrás de novidades e eventos de degustação. Outro exemplo é a Confece (Confraria Feminina de Cerveja), que se reúne mensalmente para degustar e estudar os mais diversos tipos de cerveja.

Mas o sucesso feminino não se restringe ao consumo ou à fabricação de cerveja. O país coleciona expoentes nessa área, mulheres que se tornaram referência e são procuradas por universidades e empresas para compartilhar conhecimentos sobre a bebida como, por exemplo, a engenheira de alimentos Cilene Saorin. Ela é mestre cervejeira, sommelier de cerveja, presidente da Associação dos Profissionais em Cerveja e Malte e membro do comitê internacional do Institute of Brewing and Distilling, na Inglaterra.

Outra bem-sucedida profissional da área é a mestre cervejeira Kátia Jorge, primeira doutora em cerveja do Brasil, que promove cursos e desenvolve processos de produção para empresas e receitas com cerveja.

VEJA AQUI FOTOS DE DIFERENTES TIPOS DE CERVEJA

O fim do reinado masculino

Se o mundo cervejeiro antes era restrito aos homens e até um pouco machista, hoje é um território cada vez mais feminino. "Se olharmos para as origens da cerveja, descobriremos que antigamente eram as mulheres que produziam a bebida. Foi uma mulher que adicionou lúpulo pela primeira vez à cerveja. Hoje existe essa imagem de que só homem bebe cerveja, mas é uma questão de tempo até as mulheres descobrirem a quantidade de aromas e sabores das artesanais e começarem a degustá-las", comenta Caroline Bender, produtora de cerveja no Rio Grande do Sul.

Já Stela Patrocínio, proprietária da cervejaria artesanal Othomania, de Pompéia (SP), acha que as mulheres estão ficando em pé de igualdade com os homens. "Ainda é masculino para quem acha que cerveja é sinônimo de 'loura gelada'. No mundo das cervejas artesanais e especiais, as mulheres dividem o espaço com os homens em perfeita harmonia", afirma.

E se você acha que cerveja não rende assunto para horas e horas de conversas entre amigas, vale saber que ela pode ser motivo de muita diversão. Pelo menos é o que afirma a cervejeira gaúcha Ellinor Melchers Nast, mais conhecida como Noca. "Trata-se de um mundo apaixonante. A cerveja é um alimento com infinitas combinações devido aos muitos fermentos, mais ou menos 70 lúpulos e inúmeros maltes. É assunto para a vida toda", salienta.

E mais: fique por dentro da FESTA DA CERVEJA - 5º Encontro Nacional dos Cervejeiros Artesanais

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