terça-feira, 26 de julho de 2011

MATEMÁTICA E LADY GAGA


Que tal descontrair um pouco. O prof. Fábio, do excelente blog Prestando Prova postou uma sacada muito legal sobre leis matemáticas.

Uma otima terça-feira.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Eleito para UNE, Daniel Iliescu diz que entidade terá postura independente


Apesar de ter liderado a chapa ligada a um dos partidos da base do governo, o PCdoB, o novo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, disse que entidade terá uma atuação marcada pela independência. Segundo ele, a ideia é discutir todas as propostas da área educacional com a sociedade.

“Nem pensar [em ser chapa-branca]. Nossa relação com o governo vai ser independente, de respeito e de pressão em relação a todos os governos”, disse à Agência Brasil.

Entre as principais reivindicações da UNE na nova gestão estão a destinação de 50% dos recursos provenientes da exploração do petróleo na camada pré-sal para a educação, a criação de um pacto nacional contra o analfabetismo e o investimento, até 2014, de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em educação.

No Plano Nacional de Educação que tramita no Congresso, o governo propõe o investimento de 7% do PIB até 2020. “Reconhecemos que se trata de um avanço, já que hoje o investimento é de 5% do PIB. Mas é um avanço pouco ousado”, afirmou Daniel.

Daniel Iliescu foi eleito ontem (17) presidente da UNE para os próximos dois anos. Ele obteve 2,3 mil votos, o que representa mais de 75% do total. Aos 26 anos, Iliescu é ex-presidente da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro e estuda Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio. A eleição ocorreu durante o 52º Congresso da UNE, em Goiânia.

terça-feira, 5 de julho de 2011

PROFESSORA AMANDA GURGEL RECUSA PRÊMIO DO PNBE



Oi Nesta segunda,o Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) vai entregar o prêmio "Brasileiros de Valor 2011". O júri me escolheu, mas, depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio. Mandei essa carta aí embaixo para a organização, agradecendo e expondo os motivos pelos quais não iria receber a premiação. Minha luta é outra. Espero que a carta sirva para debatermos a privatização do ensino e o papel de organizações e campanhas que se dizem "amigas da escola".


Natal, 02 de julho de 2011

Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,

Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.

Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.

A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.

Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.

Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.

Saudações,

Professora Amanda Gurgel

sexta-feira, 17 de junho de 2011

USP muda regras da Fuvest e vestibular 2012 fica mais difícil.



Alterações nas regras devem deixar o processo mais difícil.
A USP (Universidade de São Paulo) definiu mudanças no vestibular 2012, elaborado pela Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular). As alterações nas regras devem deixar o processo mais difícil. As decisões foram tomadas na manhã desta quinta-feira (2) em reunião do Conselho de Graduação da USP, com representantes de 42 unidades. O conselho permanece reunido até o final da tarde.

No próximo vestibular, a nota da primeira fase terá peso na nota final do candidato -- anteriormente, ela era considerada apenas para selecionar o candidato da segunda fase.

A nota mínima de corte subirá de 22 para 27 pontos; de dois a três candidatos podem ser aprovados para a 2ª fase - antes eram três. Caso não seja convocado após a 3ª chamada, o candidato poderá mudar de carreira.

No segundo dia da segunda fase, a prova terá 16 questões - antes eram 20 . Nessa prova, são cobrados conhecimentos do núcleo comum de conhecimento do ensino médio: história, geografia, matemática, física, biologia e inglês e as questões podem abranger mais de uma disciplina.
Polêmica

As mudanças já haviam passado por outras duas outras rodadas de discussões este ano no conselho antes da aprovação final. Representantes discentes apontaram que o vestibular, um dos mais difíceis do país, se tornaria ainda mais "elitizado".

Outro ponto questionado é a mudança de carreira a partir da 3ª chamada. Aqueles que elegeram um curso como 1ª opção terão prioridade sobre os outros? Itens como esse ainda serão discutidos em outras instâncias.
Bônus

Além dessas mudanças, o conselho já tinha aprovado um aumento no bônus nas notas dos estudantes de escolas públicas de 12% para 15%. Esse acréscimo depende do desempenho do candidato em duas provas do vestibular da 1ª fase da Fuvest durante o segundo e o terceiro ano do ensino médio.

Atualmente, o vestibular da Fuvest é formado por uma primeira fase, com 90 questões de múltipla escolha, e uma segunda fase com três dias de provas dissertativas e redação.

Os interessados em fazer a Fuvest devem se inscrever pela internet, entre os dias 26 de agosto de 2011 e 9 de setembro. A primeira fase será realizada no dia 27 de novembro e a lista dos convocados e dos locais de exames da segunda fase será divulgada no dia 19 de dezembro.

As provas da 2ª fase serão nos dias 8, 9 e 10 de janeiro de 2012. A primeira chamada será publicada no dia 4 de fevereiro, com matrículas nos dias 8 e 9 do mesmo mês.

domingo, 8 de maio de 2011

ENEM TERÁ QUESTÕES FORMULADAS POR 59 FACULDADES



Objetivo é ampliar o banco de perguntas que formulam o exame
O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) divulgou nesta quinta –feira (5) que 59 intuições públicas se cadastraram no Banco Nacional de Itens do Inep/ MEC para criar questões do Enem ( Exame Nacional de Ensino Médio). A ideia é ampliar o número de perguntas na base de dados e de certa forma treinar as instituições para avaliações de grande escala.
Das 59 faculdades cadastradas, sete são Cefets (Centros Federais de Educação Tecnológica), cinco são Fundações Universitárias e duas são Centros Federais. As demais são universidades federais e estaduais.

Na próxima etapa do processo de elaboração de itens para o BNI, o Inep oferecerá capacitação aos coordenadores-gerais e coordenadores de área de todas as instituições inscritas. A capacitação abrangerá avaliação, instrumentos de medidas, matrizes de referência, elaboração e revisão de itens.
Só depois será dado início ao processo efetivo de elaboração de itens – que terá que ser feito, obrigatoriamente, em ambiente seguro. Em 2009 a segurança do próprio Enem foi abalada. A prova foi furtada de dentro da gráfica onde estava sendo impressa. Em 2010, estudantes de Petrolina ficaram sabendo antes do tema da redação, fiscais violaram o lacre antes da prova.

Exame
Cada instituição deverá produzir no mínimo 100 questões de uma mesma área do conhecimento. Os temas são, matemática e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias.
Os itens devem conter questões objetivas, compostas por um texto-base, enunciado, cinco alternativas e apenas uma resposta correta, além de uma justificativa para cada alternativa. Além disso todos terão que atender às matrizes de habilidades e competências do Enem. Todos passarão por uma revisão do Inep/MEC.

As faculdades receberão um incentivo financeiro, proporcional ao número de questões elaboradas e aprovadas. Para isso, é necessário que a instituição prepare, no mínimo, 500 questões.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

ENSINO MÉDIO PODERÁ TER MAIOR TMEPO DE DURAÇÃO.




5/5/2011 12:59, Redação, com ABr - de Brasília

O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou nesta quarta-feira as novas diretrizes curriculares para o ensino médio. Elas não eram revistas desde 1998. O relatório, que agora segue para homologação do ministro Fernando Haddad, prevê maior flexibilização do currículo e abre a oportunidade de ampliação da carga horária do ensino médio para além dos atuais três anos.

O relatório mantém a carga horária mínima de 2, 4 mil horas no ensino médio, mas abre espaço para que a sua duração seja ampliada caso haja interesse das escolas de oferecer conhecimentos e atividades além das consideradas obrigatórias.

Essa recomendação tem peso especial no caso do ensino médio noturno que, em geral, oferece uma carga horária menor do que aquela dada a estudantes do turno matutino. O relatório indica que essa duração deve ser ampliada e coloca como uma opção a oferta de 20% da carga horária na modalidade ensino a distância. Sugere também que se necessário o ano letivo seja estendido para além dos atuais três anos.

As novas diretrizes indicam que a escola deve trabalhar a formação a partir de quatro eixos básicos: trabalho, ciência, tecnologia e cultura. O currículo pode enfatizar um desses temas, mas deve incluir todos eles. A ideia é tentar flexibilizar o modelo curricular segmentado oferecido pelas escolas hoje, tradicionalmente dividido em disciplinas que não se relacionam durante o aprendizado.

– A essência dessa proposta é a definição de uma identidade para o ensino médio. O ensino médio tem que ser entendido como a última etapa da educação básica e, por isso, tem que preparar para a vida. Para isso, ele tem que ser capaz de trabalhar simultaneamente com essas quatro dimensões –, disse o relator do parecer, José Fernandes de Lima.

O conselheiro ressalta que, ao mesmo tempo em que é preciso estabelecer uma identidade para a etapa, a organização dela precisa ser flexível não apenas para atender às diversidades regionais, mas ao próprio público do ensino médio.

– Os estudantes do ensino médio são pessoas que só estudam, ou que trabalham, ou que estudam e trabalham. São do campo ou da cidade, são pessoas de 15 anos a 17 anos de idade, mas também mais velhas –, afirmou.

Para Lima, há várias experiências de ensino médio bem sucedidas, mas elas não são organizadas de forma sistemática. O foco das novas diretrizes é dar autonomia às escolas para que possam atender às necessidades de cada público. As recomendações do CNE não têm força de lei, mas servem de orientação para a organização de escolas públicas e particulares de todo o país.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ABERTAS INSCRIÇÕES PARA OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA


Abertas inscrições para Olimpíada Brasileira de Matemática
Post under concurso, educação, informação às 4/26/2011 09:35:00 AM

Com a finalidade de estimular o estudo da Matemática pelos alunos, desenvolver e aperfeiçoar a capacitação dos professores, influenciar na melhoria do ensino, além de descobrir jovens talentos, encontra-se aberta as inscrições para a 7ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP 2011).
A Olimpíada de Matemática é uma parceria do Ministério da Educação (MEC), secretarias estaduais de Educação e Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), com realização do Instituto Nacional de Matemática e apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM).
A inscrição é gratuita e pode ser feita pelas escolas públicas de todo o país, no endereço eletrônico www.obmep.org.br As escolas que não têm acesso à Internet devem procurar ajuda na secretaria de educação de seu município ou estado, ou do Coordenador Regional da OBMEP.
A Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) é dirigida aos alunos do Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) e do Ensino Médio e consta de duas fases - na primeira participam todos os alunos inscritos e, na segunda, 5% dos alunos de cada escola que tiverem o melhor desempenho na primeira fase, conforme o regulamento.
Os resultados serão divulgados em dezembro e os vencedores serão convidados a participar da 15ª Semana Olímpica, evento que acontece em janeiro de 2012. Além das medalhas e prêmios, os vencedores participam do processo de seleção para formar as equipes que representam o Brasil nas diversas olimpíadas internacionais de Matemática. As escolas públicas interessadas podem inscrever todos os seus alunos até o dia 03 de junho próximo.

domingo, 10 de abril de 2011

Sucesso em olimpíadas científicas leva jovem brasileiro a Harvard



Rapaz foi aprovado em outras duas das melhores universidades dos EUA.
Principais competições do gênero reúnem milhares de estudantes.

Fernanda Nogueira Do G1, em São Paulo


Luis Henrique Pimentel Bennaton Usier, de 17 anos, largou o curso de relações internacionais para o qual acabou de ser aprovado na Universidade de São Paulo (USP) e se prepara para conhecer três universidades americanas para as quais também foi selecionado, Harvard, Princeton e Columbia. O sucesso em um dos vestibulares mais concorridos do país e a aprovação em três das melhores instituições de ensino superior do mundo se devem à dedicação aos estudos e também, ressalta o estudante, à sua participação em olimpíadas científicas.
O jovem, que mora em Guararema, no interior de São Paulo, começou a participar de olimpíadas no final do ensino fundamental. Gostou tanto que fez parte de equipes de física, química, matemática e robótica. Destacou-se em biologia e chegou à competição internacional em 2010. Foi medalha de bronze na Coréia do Sul.

Agora, planeja a viagem aos Estados Unidos com a escolha da universidade praticamente feita. Até agora só pensa em Harvard. “Quero me tornar um bioquímico, um cientista, mas também quero estudar política, porque adoro”, afirmou. Vai estudar com bolsa de estudos oferecida pela própria instituição.
As olimpíadas científicas são sucesso entre jovens dedicados aos estudos como Luis. São promovidas por entidades como as sociedades brasileiras de cada área, universidades e com apoio e patrocínio de empresas. Cada uma tem sua particularidade, mas a maioria tem mais de uma fase, parte delas é feita na própria escola e outra parte em grandes eventos com provas teóricas e práticas. As competições brasileiras servem como seletivas para olimpíadas internacionais.

Com 200 mil participantes em 2010, a Olimpíada Brasileira de Física, por exemplo, é a maior do mundo, segundo o coordenador geral, professor Euclydes Marega. “Na Índia, tem 30 a 40 mil estudantes”, disse. O sucesso, para o professor, ocorre porque a competição já faz parte do calendário de atividades extracurriculares das escolas. “As escolas entenderam o objetivo da olimpíada, de fazer com que todos se mobilizem”, disse.

A olimpíada de química começou com 186 participantes em 1995. No ano passado, teve 15 mil inscritos. No início, os prêmios eram em dinheiro, com o tempo passaram para medalhas e certificados. "Os estudantes dão muito mais valor", disse o coordenador nacional do Programa Nacional de Olimpíadas de Química, professor Sergio Melo, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

No caso da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, a ideia é interagir com professores que ensinam os temas nas escolas, segundo o presidente da competição, João Canalle. “Damos ideias de atividades práticas, experimentos, observações noturnas”, afirmou. Na olimpíada, há atividades divertidas, como o lançamento de foguetes com refrigerante, vinagre e fermento. Os melhores ganham uma viagem para participar de uma competição nacional da categoria em Minas Gerais.

Ótimo em matemática
Franco Matheus de Alencar Severo, de 15 anos, faz o primeiro ano do ensino médio em uma escola particular do Rio de Janeiro. Estudou até o oitavo ano em escola pública. No ano seguinte, depois de participar de uma prova, ganhou bolsa integral em uma escola particular.

Hoje, divide seu tempo entre as aulas normais da escola e o treinamento para olimpíadas de matemática. “Antes, não imaginava que existia matemática de tão alto nível e divertida. É legal resolver problemas, exige criatividade. É interessante”, disse o adolescente. O jovem participa das últimas seletivas para as olimpíadas internacionais. “Quero muito ir”, afirmou. Estuda durante o dia e à noite, em casa.

A mãe dele, a diarista Valéria Xavier de Alencar, de 46 anos, disse que teve ajuda do filho para terminar o ensino médio no ano passado. “É o meu maior orgulho. Meu bebê intelectual. Ele é muito esforçado”, disse.
Auto-estima
O diretor de ensino do Sistema Elite de Ensino, Luciano Guimarães Monteiro de Castro, de 38 anos, também já foi um medalhista das olimpíadas de matemática. Começou a competir aos 15 anos depois de ver um cartaz na parede da escola. “Tinha certeza absoluta que não era capaz, mas fui porque gostava de matemática”.

Um ano e meio depois de começar a resolver os problemas apresentados pelos professores, passou a ser premiado no Brasil e no exterior. Um de seus prêmios foi uma bolsa de estudos para fazer a graduação na Espanha. Ganhou ainda um doutorado no Canadá. Para se destacar, chegava à escola às 7h e saía às 20h. Não via TV, mas aproveitava os finais de semana para sair e namorar. “Não era obrigação ou sacrifício. Eu gostava”, disse.

Hoje, além de dirigir a própria escola no Rio de Janeiro, treina novos candidatos a medalhistas nas olimpíadas. “Quando o aluno começa a acreditar, tem um salto na qualidade”, disse.

Apaixonado pela matemática, Luciano aponta seu sucesso nas competições como o motivo do aumento de sua auto-estima e o que o ajudou a tomar decisões importantes na vida. Quando foi estudar na Espanha, aos 20 anos, resolveu se casar com a namorada de 16 anos. Enfrentou a preocupação da família. “Estamos juntos até hoje”, disse.

O mesmo ocorreu quando decidiu abrir sua escola com amigos. Começaram com duas salas de aula e hoje tem mais de oito mil alunos. “Tem tudo a ver com minha auto-estima. Quando percebi que podia resolver coisas que antes achava que eram impossíveis. Virou uma chave na minha cabeça”, afirmou.

domingo, 3 de abril de 2011

NOSSA PEQUENA HAVARD




Apresento aos leitores da UBM a transcrição do artigo "Nossa Pequena Havard" de Caio Barreto Briso pubicado em 23/03/11 na revista Veja ed. 2356.

Escondido em meio à Floresta da Tijuca e pouco conhecido até mesmo dos cariocas, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada rivaliza em excelência com as melhores universidades americanas

Passada a primeira curva da Estrada Dona Castorina, que leva ao mirante da Vista Chinesa, no bairro do Horto, sobressai a entrada de uma propriedade cercada pelas árvores da Floresta da Tijuca. Ali, em um terreno de 15 000 metros quadrados, um vasto prédio se esparrama por três alas. Pelos corredores, o silêncio monástico é cortado de tempos em tempos por diálogos em português, inglês, francês e espanhol. Não raro, incorporam-se a essa babel de idiomas expressões em russo e mesmo persa, uma das línguas mais antigas do planeta. É nesse ambiente, mistura de bucolismo e aldeia global, que 226 matemáticos desenvolvem estudos complexos e projetos de repercussão internacional. Embora não seja muito conhecido entre os próprios cariocas, o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) é unanimemente apontado entre os especialistas como um dos principais centros de pesquisa do mundo. Ancorado em sólida produção científica, exibe uma performance surpreendente, ultrapassando índices de departamentos de universidades americanas como Harvard, Princeton e Berkeley. Segundo dados da American Mathematical Society, a instituição brasileira publica, em média, 2,03 artigos relevantes por pesquisador ao ano, enquanto Harvard alcança 1,89 e Princeton, 1,83 (veja o acima). “Sempre buscamos a excelência, e essa performance é apenas o resultado desse compromisso”, orgulha-se o diretor César Camacho.
Sabe-se que um núcleo de ensino superior se torna respeitado à medida que consegue atrair talentos dos quatro cantos do globo. Entre os centros americanos, considerados os primeiros do mundo, a presença de acadêmicos estrangeiros chega a 30%. No período áureo do sistema universitário alemão, na década de 20 e início dos anos 30, quando a importação de cérebros era incentivada, o país produziu 21 prêmios Nobel. Portanto, faz parte da vocação de uma ilha de excelência reunir grandes cabeças, independentemente de onde elas estejam. Um recente processo para a escolha de dez vagas nos programas de pesquisa e pós-doutorado dá uma ideia da reputação internacional do Impa. Anunciado o “vestibular”, apareceram 185 candidatos. Da Europa, vieram 66. Da Ásia e América do Norte, 43 e 26, respectivamente. Os latino-americanos perfaziam 28, enquanto os brasileiros eram 23. Encerrada a seleção, apenas duas posições foram ocupadas por estudantes daqui, um cearense e uma gaúcha. Outras sete foram divididas por representantes de nações diferentes (Inglaterra, Alemanha, Espanha, Itália, Portugal, Israel e Rússia). E detalhe: uma última vaga permaneceu em aberto por falta de postulante suficientemente qualificado. “Não temos cota. Simplesmente escolhemos os melhores”, diz Camacho. Uma vez selecionados, os pós-doutorandos ganham 7 500 reais mensais, enquanto os pesquisadores têm salários entre 12 000 e 15 000 reais.

Não é fácil reproduzir em palavras todo tipo de trabalho desenvolvido no câmpus do Horto — para isso, seria melhor fazer uso de equações e algoritmos. Alguns projetos, porém, são de fácil entendimento. Existem aplicativos para iPhone, simuladores de realidade virtual e até um recorde mundial alcançado em 2010: uma imagem com a maior resolução gráfica do planeta. Tamanha produtividade, pouco comum entre nós, pode ser explicada por diversas razões. Mas a principal delas é a capacidade dos que ali estão. O Impa tem formado sucessivas gerações de gente que faz diferença. O mais reconhecido é Jacob Palis, 71 anos, tido como gênio mundial dos sistemas dinâmicos. No ano passado, Palis, doutor por Berkeley, nos Estados Unidos, foi agraciado com o Prêmio Balzan, uma das principais distinções europeias. Além de ser o primeiro brasileiro a receber a honraria — e o 1,2 milhão de reais que a acompanha — , Palis tornou-se o sétimo matemático a entrar para o grupo de agraciados. Empenhado em transmitir seus conhecimentos, ele se emociona ao relembrar que orientou 41 teses de doutorado ao longo da carreira. Desde então, esses mesmos doutores já formaram outros 150 matemáticos do instituto. “Essa é a essência do conhecimento, em que os mais experientes formam os mais jovens, sucessivamente”, resume.

Tal filosofia, fortemente baseada na meritocracia, deu origem a uma linhagem de superpesquisadores como Marcelo Viana, Ricardo Mañé e Welington de Melo, reconhecidos no Brasil e no exterior pela notória desenvoltura com números. E desaguou em prodígios como Artur Ávila, de 31 anos. Ele é considerado o mais forte candidato a ganhar a medalha Fields, uma espécie de Prêmio Nobel de Matemática, entregue a cada quatro anos. Seria o primeiro brasileiro a conquistá-la. Há uma década, antes mesmo de ter um diploma de graduação, ele havia concluído seu doutorado no Impa. Famoso no exterior pela capacidade de resolver os problemas mais complexos, ele se divide hoje entre Paris, onde é um dos diretores do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), e o Rio de Janeiro. “A maioria das pessoas só conhece o tema nos tempos de escola e ignora o vasto horizonte nessa área”, diz. Ávila, de fato, respira o assunto. Não raro, acorda no meio da noite com ideias e novos caminhos para suas teses. Durante o banho, nas caminhadas e até no metrô, as equações lhe vêm à cabeça. Costuma dizer que prefere não dirigir porque, devido a sua capacidade de abstração, poderia perder a concentração e bater o carro.
Por qualquer ângulo que se olhe, a educação brasileira está longe do ideal. Em seu ranking mais recente sobre o ensino fundamental, a Unesco atribuiu ao país a 88ª posição entre as 127 nações analisadas — atrás de Bolívia e Namíbia. Outra lista, sobre as 200 melhores universidades do mundo, feita pela revista inglesa Times Higher Education, não incluiu nenhuma das nossas. Ou seja: estamos mal em cima e em baixo. Por não ter cursos de graduação e se dedicar unicamente à matemática, o Impa não é avaliado nesse tipo de levantamento. Mas sua trajetória poderia servir de exemplo e inspiração. Criado pelo governo federal em 1952, o instituto surgiu antes de outros correlatos — como o de Pesquisas Espaciais em São José dos Campos (SP) e o da Amazônia, em Manaus. Com o tempo, graças à adoção de um sistema de gestão diferenciado, foi se descolando de seus pares. Trata-se de uma organização que recebe repasses públicos, mas tem independência administrativa. Com isso, as contratações e os investimentos são mais ágeis. Se a direção julgar procedente, os acadêmicos poderão ser punidos com a demissão. “Isso faz uma enorme diferença, pois dá autonomia. Pesquisa não se faz no improviso”, afirma o economista Claudio de Moura Castro, especialista e consultor na área.

Costurados com carinho, os laços com a iniciativa privada têm se mostrado outro importante diferencial. A cada ano, o instituto recebe 18 milhões de reais em repasses do Ministério da Ciência e Tecnologia. Mas, além de administrar tais recursos com rigor, busca também financiadores externos, seja através de parcerias, seja por meio de simples filantropia. Desde 2007, por exemplo, o economista e ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga doou 1,6 milhão de dólares para seus cofres. O dinheiro foi destinado à criação de um posto permanente de pesquisador. Em seguida, foi a vez de o banqueiro Pedro Moreira Salles e seu irmão, o cineasta João Moreira Salles, destinarem 660 000 reais para a manutenção de duas vagas de doutorado e mais duas de pós-doutorado. O último a entrar na lista foi o célebre matemático americano James Simons, dono de uma fortuna de 10,6 bilhões de dólares e o 74º homem mais rico do mundo. No início do ano, ele se comprometeu a aplicar 1,6 milhão de dólares. “A matemática é fundamental para a boa educação, e o Impa é um centro de padrão máximo global, talvez a instituição brasileira de maior prestígio internacional”, explica Fraga. “De lá saem pessoas que espalham pelo Brasil ideias e padrões essenciais, vitoriosos.”

Nas grandes universidades do mundo, os pesquisadores de ponta gozam de uma invejável independência, seja para dispor de seu tempo, seja para escolher os rumos de seu trabalho. O mesmo acontece com os matemáticos da ilha de excelência carioca. O fato de não terem de dar aulas para graduação lhes permite uma maior dedicação a seus próprios projetos. É curioso observar que, frequentemente, um estudante de determinada área não entende absolutamente nada das outras. “Eu sou da computação gráfica e as outras especialidades são praticamente outra língua para mim”, confessa Diego Nehab. Aos 34 anos, ele é representante da nova geração de estudiosos do instituto. Doutorou-se em Princeton e passou pelo centro de inovação da Microsoft, na costa oeste americana. Com tantas credenciais, Nehab poderia ter continuado nos Estados Unidos, mas, quando soube da vaga, decidiu que era a hora de voltar. “Aqui tudo funciona. Os equipamentos são ótimos”, diz ele. Trajetória semelhante teve Carolina Araújo, de 34 anos. Como Nehab, ela fez doutorado em Princeton. Lá, sua sala ficava no mesmo andar do escritório de John Forbes Nash, ganhador do Nobel de Economia em 1994 — e inspirador do filme Uma Mente Brilhante. “Ele ia diariamente à universidade. Sempre nos cumprimentávamos”, recorda. A perspectiva de desenvolver projetos na área de geometria algébrica a animou a trocar os Estados Unidos pelo Rio. Com isso, tornou-se também a única mulher a ocupar um posto na elite do Impa.

Presenças marcantes no belo câmpus do Horto, os estrangeiros parecem se sentir em casa. Adepto de um uniforme pouco usual entre as estrelas acadêmicas de seu país, o argentino Reimundo Heloani, de 33 anos, percorre os amplos corredores do instituto de camiseta, bermuda e chinelo de dedo, aliás um visual comum por ali, principalmente entre os expatriados. Com especialização no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e em Berkeley, escolheu o Brasil para fazer suas pesquisas em uma área aqui ainda pouco explorada, a física matemática. O inglês Robert Morris, de 30 anos, segue o mesmo estilo. Graduado na Universidade de Cambridge, o maior celeiro de prêmios Nobel do planeta (82 no total), ele se diz apaixonado pelo Rio: “O salário é ótimo, muito parecido com o que se paga na Europa. Além disso, os colegas são mais abertos para a troca de conhecimento”. Com sua mistura de rigor acadêmico e informalidade, o Impa atrai até representantes de culturas longínquas, como o iraniano Hossein Movasati. Há quatro anos na cidade, após uma experiência na Alemanha e no Japão, ele foi o primeiro de seu país a estudar na nossa pequena Harvard. Agora, espera que conterrâneos sigam seus passos. “Outros virão”, avisa Movasati. As portas estão abertas. Mas apenas para os melhores.

UNIÃO DOS BLOGS DE MATEMÁTICA



Esta é a mais recente grande ideia dos professores Kleber Kilhian (do blog O Baricentro da Mente) e Paulo Sérgio C. Lino (do blog Fatos Matemáticos)! O Experiências na Matemática está filiado e apóia esta ideia!

“Sabemos que a matemática é fundamental para o desenvolvimento do pensamento lógico, que auxilia no processo de construção do conhecimento e desenvolve a autonomia do raciocínio e da criação de soluções das mais variadas situações problema. Neste contexto, esperamos que o uso da internet crie situações favoráveis à aprendizagem dos conceitos, auxiliando neste aprendizado contínuo da matemática.

Com esta ideia, criamos o a União dos Blogs de Matemática (UBM), um espaço na internet com objetivo de divulgar e agregar todos os blogs de matemática do país, mas estará de portas abertas para os blogs estrangeiros que tratam desta maravilhosa ciência.

Além disso, o blog possui um pequeno estatuto, uma página com a descrição de todos os blogs filiados e também dicas para melhorar o seu blog.

Para filiar-se é muito simples, basta ter um blog de Matemática com publicações periódicas, ser um seguidor da UBM, cumprir os estatuto e escolher e adicionar o banner da UBM (click aqui) a sua escolha.

Compartilhe esta ideia de divulgar a Matemática de forma gratuita e interessante na internet. Para saber mais visite a UBM (http://ubmatematica.blogspot.com/).”

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MEC ADIA PLANOS E VAI APLICAR DUAS PROVAS DO ENEM POR ANO SOMENTE EM 2012.


MEC adia planos e vai aplicar duas provas do Enem por ano somente em 2012

O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) terá duas edições somente a partir de 2012, com provas em maio e outubro. A informação foi confirmada pelo MEC (Ministério da Educação) nesta quarta-feira (22).

A realização de duas provas por ano havia sido apontada pelo ministro Fernando Haddad como uma maneira de reduzir os seguidos problemas que o Enem vem enfrentando. O MEC cogitava a possibilidade de aplicar os dois exames já em 2011. A licitação com a gráfica que imprime o Enem permitia que isso acontecesse agora -já que o contrato foi assinado para a realização de duas provas.
A presidente do Inep, (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), Malvina Tuttman, comunicou a novidade a instituições de ensino superior durante reunião no dia 22 de março. O exame deve continuar nacionalizado.

Na última edição, houve erros de impressão em cadernos de prova e as folhas de resposta vieram com os cabeçalhos trocados. Esses erros provocaram uma batalha judicial que só foi encerrada após uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Em 2009, a prova vazou e o exame precisou ser cancelado dois dias antes da realização.

Em janeiro, em entrevista ao UOL Educação, Malvina havia dito que uma ampliação do Enem “poderia incluir” os dois exames. Ela afirmou que, nos últimos dois anos, a prova foi utilizada como “projeto piloto”. "O Enem foi utilizado nos últimos dois anos como projeto piloto, ao avaliarmos o impacto, ao montarmos uma proposta de ampliação", disse.



Fonte: Portal UOL Educação por Rafael Targino

domingo, 13 de março de 2011

Guy Brousseau: o pai da didática da Matemática



Os estudos do educador francês definiram as condições de ensino e aprendizagem
Desde o educador tcheco Comênio (1592-1670), a palavra "didática" vem se referindo aos estudos sobre os métodos de ensino que levassem a procedimentos gerais mais eficazes. No século 20, com os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) e Jean Piaget (1896-1980), o
modo como as crianças aprendem começou a ser investigado. Nas últimas décadas, a pesquisa didática se aprofundou na relação específica entre conteúdos de ensino, a maneira como os alunos adquirem conhecimentos e os métodos.

No campo das matemáticas - assim entendidos os vários saberes que a disciplina engloba -, esse trabalho vem avançando e o francês Guy Brousseau é um dos responsáveis por isso. "Como um dos pioneiros da Didática da Matemática, ele desenvolveu uma teoria para compreender as relações que acontecem entre alunos, professor e saber em sala de aula e, ao mesmo tempo, propôs situações que foram experimentadas e analisadas cientificamente", diz Priscila Monteiro, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Docentes e estudantes são atores indispensáveis da relação de ensino e aprendizagem, mas Brousseau se perguntou sobre um terceiro elemento: o meio em que a situação evolui.

A Teoria das Situações Didáticas desenvolvida por ele se baseia no princípio de que "cada conhecimento ou saber pode ser determinado por uma situação", entendida como uma ação entre duas ou mais pessoas. Para que ela seja solucionada, é preciso que os alunos mobilizem o conhecimento correspondente. Um jogo, por exemplo, pode levar o estudante a usar o que já sabe para criar uma estratégia adequada.

Nesse caso, o professor adia a emissão do conhecimento ou as possíveis correções até que as crianças consigam chegar à regra e validá-la. Ele deve propor um problema para que elas possam agir, refletir, falar e evoluir por iniciativa própria, criando assim condições para que tenham um papel ativo no processo de aprendizagem. Brousseau chama essa situação de adidática. Mas, segundo o pesquisador, a criança ainda "não terá adquirido, de fato, um saber até que consiga usá-lo fora do contexto de ensino e sem nenhuma indicação intencional".

As situações adidáticas fazem parte das situações didáticas (conjunto de relações estabelecidas explícita ou implicitamente entre um aluno ou grupo de alunos e o professor para que estes adquiram um saber constituído ou em constituição). Brousseau as classifica em quatro tipos. Para entender melhor no que consiste cada uma delas, basta tomar o exemplo dado pelo próprio autor: o jogo Quem Dirá 20?. Um participante escolhe um número e o adversário vai propondo somas consecutivas dos algarismos 1 ou 2 até chegar a 20. Invertem-se os papéis e ganha quem atingir o objetivo com menos operações. A atividade começa com o professor contra um dos alunos - ambos colocando as opções no quadro-negro. Em seguida, joga-se em duplas e, em outra fase, entre equipes. Depois de várias partidas, as crianças começam a procurar estratégias para ganhar e discutem entre elas. Assim, cumprem-se os quatro tipos de situação. A saber:

Ação Os participantes tomam decisões, colocando seus saberes em prática para resolver o problema. É quando surge um conhecimento não formulado matematicamente. Alguns participantes chegam à conclusão de que a melhor tática para ganhar é dizer os números 14 ou 17.

Formulação Os alunos são levados a explicitar as estratégias usadas. Para isso, precisam formulá-las verbalmente, transformando o conhecimento implícito em explícito. O aluno retoma sua ação em outro nível e se apropria do conhecimento de maneira consciente.

Validação A estratégia é demonstrada para interlocutores. "O aluno não só deve comunicar uma informação como também precisa afirmar que o que diz é verdadeiro dentro de um sistema determinado", diz Brousseau. Cada equipe propõe o enunciado de sua estratégia para ganhar, contestando o do adversário.

Institucionalização Aqui aparece o caráter matemático do que as crianças validaram. "É uma síntese do que foi construído durante o processo e tem um significado socialmente estabelecido", explica Priscila Monteiro. O professor tem um papel ativo, selecionando e organizando as situações que serão registradas.

A Teoria das Situações Didáticas trouxe uma concepção inovadora do erro, que deixa de ser um desvio imprevisível para se tornar um obstáculo valioso e parte da aquisição de saber. Ele é visto como o efeito de um conhecimento anterior, que já teve sua utilidade, mas agora se revela inadequado ou falso. Brousseau se vale de uma concepção do filósofo francês Gaston Bachelard (1884-1962) segundo a qual "só conhecemos contra um conhecimento anterior". No trabalho dentro dessa concepção, acontece também uma inversão do ensino tradicional de Matemática - que parte do saber institucionalizado e segue na tentativa de esmiuçá-lo para as crianças. Ao contrário, ela leva os alunos a buscar por si mesmos as soluções, chegando aos conhecimentos necessários para isso.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

REALIZADA EM BRASILIA O PRIMEIRO ENCONTRO NACIONAL DE COORDENADORES DO PROFMAT




O primeiro Encontro Nacional de Coordenadores do PROFMAT foi realizado nos dias 20 e 21 de janeiro, na sede da
CAPES em Brasília e contou com mais de uma centena de participantes, entre dirigentes da CAPES e da SBM, membros da
coordenação nacional do programa e coordenadores acadêmicos e próreitores
das Instituições Associadas.
Na Cerimônia de Abertura e de Lançamento do PROFMAT, que teve
lugar no dia 20 de janeiro às 14h, o Presidente da SBM, professor
Hilário Alencar, destacou “o total empenho da Sociedade Brasileira de
Matemática, e da comunidade da pós-graduação em Matemática que a
SBM representa, em contribuir energicamente para a melhoria do
ensino de Matemática no nosso país”.
O Presidente da Capes, professor Jorge Guimarães, definiu o
PROFMAT como um projeto ousado e extremamente bem elaborado.
"O PROFMAT foi concebido com todos os cuidados, por pessoas
muito competentes. Tomamos a Matemática como modelo, pois é a que tem dentro das ciências, um dos desafios mais
profundos. Há muita expectativa e muita demanda. Tenho certeza que o programa será um sucesso e em breve estaremos
comemorando os primeiros resultados", concluiu.
O Coordenador Acadêmico do PROFMAT, professor Elon Lages Lima,
comemorou o início da realização de um sonho de duas décadas,
ressaltando que ele só pôde se tornar realidade pela combinação de
diversas circunstâncias favoráveis: por um lado, a experiência
desenvolvida pelo PAPMEM, Programa de Aperfeiçoamento de
Professores do Ensino Médio, coordenado pelo Professor Lima desde
1990; por outro lado, a presença nas Diretorias da SBM e da CAPES
de pesquisadores com visão inovadora e profunda dedicação à causa do
desenvolvimento da ciência brasileira.
O Diretor do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), professor César Camacho, chamou a atenção para o
fenômeno recente da pós-graduação se voltar para a educação básica.
"Construirmos uma pós-graduação bastante sólida e que ganha
reconhecimento internacional. Por outro lado, a escola pública
brasileira sofre com uma carência de meios e de formação de
professores capacitados. É um dever moral da comunidade científica,
prestar atenção nesta assimetria", afirmou.
O Diretor do Ensino à Distância da CAPES, professor Celso Costa,
destacou a importância do primeiro encontro do PROFMAT. "Teremos
intensas discussões de como enfrentar esse desafio de fazer a formação
semipresencial em nível de mestrado profissional. Trata-se de um
desafio que precisa de todas as nossas forças", afirmou.
O Presidente do Conselho Gestor do PROFMAT, professor Marcelo Viana, destacou a enorme receptividade que o programa
alcançou tanto na comunidade universitária de pós-graduação como
entre o seu público alvo de professores da educação básica. Conforme
informou, num prazo exíguo foi constituída a Rede Nacional do
programa, com a adesão de 49 Instituições de Ensino Superior,
localizadas em todo o território nacional, de Macapá (AP) a Rio
Grande (RS). Além disso, o Exame Nacional de Acesso, que será
realizado no dia 19 de fevereiro, já conta com mais de 15 mil inscritos,
para cerca de 1200 vagas. O prazo de inscrições se estende até o dia 31
de janeiro.
Na sequência, os participantes do Encontro se debruçaram sobre uma
pauta densa de temas relativos ao funcionamento acadêmico e
administrativo do PROFMAT; bolsas CAPES para docentes e
discentes; elaboração, aplicação e correção do Exame Nacional de Acesso; preparação e distribuição do material didático; e
outros assuntos de interesse para o programa.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

GUINNESS RECONHECE RECORDE MUNDIAL NO CÁLCULO DO NÚMERO PI




Shigeru Kondo obteve 5 trilhões de casas decimais para o valor.
Conceito nasce da relação entre circunferência e o diâmetro que a define.
Um executivo japonês, com um computador construído em casa, calculou o valor do conceito matemático Pi com 5 trilhões de casas decimais em agosto de 2010 e estabeleceu um novo recorde mundial, reconhecido pela Guinness World Records na semana passada.
Um certificado da entidade foi enviado a Shigeru Kondo, engenheiro japonês de 54 anos, o qual disse ter começado os cálculos simplesmente como hobby. Durante três meses, com a ajuda de uma máquina, ele conseguiu chegar ao resultado, com quase o dobro da marca de 2,7 trilhões de dígitos, atingida em janeiro do ano passado por um consultor francês de software.
Kondo, membro de uma companhia de alimentos em Nagano, no centro do Japão, contou com a ajuda do norte-americano Alexander Yee, estudante de ciências da computação, responsável por construir o software usado durante os 90 dias de contas. Os dois mantinham contato trocando e-mails.
O computador foi construído por Kondo com peças compradas na internet e em lojas locais de Nagano. Ele usou dois processadores avançados e 20 discos rígidos externos. Para checar o resultado, foram necessários vários métodos diferentes e 64 horas adicionais de trabalho.
O Pi é o número obtido a partir da relação entre uma circunferência e seu respectivo diâmetro. Em geral, é arredondado para 3,14159 ou simplesmente 3,14 e é um número considerado infinito. O próximo desafio de Kondo será calcular o Pi com precisão de 10 trilhões de dígitos.
Do G1, com informações da Reuters

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

SP terá avaliação semestral para ensino fundamental


Segundo o novo secretário da Educação, será abolida a expressão progressão continuada
Luciana Alvarez - O Estado de S. Paulo

O novo secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, anunciou que os alunos do ensino fundamental matriculados na rede pública terão de fazer avaliações semestrais de desempenho. O resultado dessas provas estará ligado a um sistema de recuperação porque, segundo ele, fazer o estudante repetir de ano não é solução para se melhorar a qualidade da educação.

Na solenidade em que tomou posse do cargo, realizada na tarde desta quarta-feira, 5, Voorwald prometeu reorganizar o ensino fundamental no Estado. "Esta administração está abolindo a expressão progressão continuada", disse o secretário, que deixou a reitoria da Unesp após convite do governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Voorwald disse que será mantida a ideia de ciclos no ensino fundamental, mas não detalhou a duração. Atualmente, a rede estadual adota o sistema de progressão continuada, segundo o qual os alunos são promovidos de uma série para outra independentemente das notas. Eles podem ficar retidos somente duas vezes, ao final dos ciclos: ao término do 5.º ano e do 9.º ano. Apenas o excesso de faltas leva à reprovação em outros anos.

"A interpretação da sociedade é que a progressão continuada é a responsável por não se ter uma educação de qualidade no Estado", afirmou o secretário. "A progressão, por si só, não é a grande responsável, assim como repetência não é a solução."

Segundo Voorwald, todas as possíveis alterações ainda precisam passar por uma consulta entre a classe do magistério e também serem aprovadas pelo governador. O secretário disse que, até sexta-feira, vai se reunir com todos os sindicatos da categoria.